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19/12/2018

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Que eu não sou uma pessoa muito paciente e tolerante, não é novidade. Mas em alguns períodos isso se torna mais grave, como agora. Não tem espírito natalino certo que me faça, nesse momento, respirar e contar até 10, então eu sigo estressada e com vários pensamentos problematizadores.

O pensamento mais novo é:
como parar de esperar que as pessoas sejam/ajam como você?

Não que eu seja perfeita, resolva todos os meus problemas com maestria e etc, mas tem horas que você só espera que as pessoas sejam ágeis como você, que sejam multitarefa ou pelo menos que não percam tempo. Mas isso não é possível, já que cada pessoa é singular e etc. Então, como lidar? Juro que não sei e não sou namastê o suficiente para apenas deixar rolar.

Eu tenho sérios problemas com dinheiro, não consigo economizar e tenho muita dificuldade em me planejar. Organização financeira não é comigo, mas em todos os outros aspectos da vida eu sigo tentando. Nunca fui de desistir fácil, apesar dos vários momentos depressivos e com vontade de jogar tudo pro alto, deitar na cama e não levantar nunca mais.

Quando fiquei desempregada, por mais que eu achasse que nunca mais ia conseguir emprego (!?), eu não conseguia ver as vagas e não enviar currículo. Não conseguia deixar de entrar no LinkedIn todo dia pra buscar vaga, mesmo que o salário fosse 1k e eu fosse praticamente pagar pra trabalhar. Vejo muita gente se esforçando, interagindo, aceitando receber menos ou trabalhar em uma área totalmente diferente apenas para retornar ao mercado de trabalho.

Mas em compensação, também vejo muita gente com medo, passando o dia em casa arquitetando coisas que não dão em nada. Muita gente que não aceita menos que os 5k que recebia 4 anos atrás antes de ficar desempregado, gente faltando processo seletivo sem falar nada ou que nunca atende o telefone quando o recrutador (eu) liga várias vezes para agendar a seleção.

Esses são exemplos apenas no quesito emprego, mas existem tantos outros. Eu espero que a pessoa seja ligada como eu, que pense rápido, que faça o que for possível para conseguir o que quer. E como ninguém atende a essa expectativa que é minha e só minha, eu me frustro. Então, se alguém souber como minimizar isso, ajudem aqui a coleguinha.
15/08/2018

A reação das mulheres quando ouvem minha escolha


Já faz algum tempo que eu assumi o discurso de que não quero ter filhos e me acho bem resolvida quanto a isso. Porém, vez por outra me pego pensando sobre isso e sentindo um incômodo, mas não em relação a minha escolha, mas a como as pessoas reagem e me tratam quando "descobrem" a minha opinião.

Eu fui filha única por 12 anos e quando meu irmão nasceu, passei a conviver de perto com uma criança. Acompanhar essa rotina de choros, mamadeiras, fraldas e tudo o que vem depois foi um pouco complexo pra mim e eu odiava todas as vezes em que achavam/perguntavam se ele era meu filho. Era inadmissível pra mim as pessoas me olharem, magrela e sem jeito, e acharem que eu tinha parido aquele menino. Mas ok. Ajudei meus pais a cuidar dele, a buscar e levar no colégio, acompanhar alguns eventos escolares e etc. Pra mim, já tive minha cota de maternidade e não quero mais.

Além disso, minha função materna não é lá muito forte, ela só funciona bem com Francisco, o gato. Não sei lidar com crianças, não consigo olhar pra elas e fazer caretas para elas rirem, assim como também não sei inventar histórias e brincadeiras para elas. Não as odeio, mas também não fico me derretendo quando vejo um bebê na rua. Detesto criança fazendo birra do meu lado no restaurante ou brincando e invadindo meu espaço com seu carrinho. Prefiro elas lá e eu cá, fim.

Mas daí acontece que o mundo inteiro pensa que mulher só se realiza quando é mãe, que a maternidade é uma coisa linda maravilhosa transformadora que faz uma mulher virar um ser iluminado e que crianças são seres fofinhos e puros. As pessoas romantizam a maternidade quando na prática, ela não é romântica e crianças não são tão fofas assim. E daí querem que você se submeta a isso mesmo quando você não tem a menor aptidão para tal. Mulheres não nascem capacitadas para a maternidade, isso é cultural.

E diante disso, minha reação tem sido a reclusão. Evito falar sobre o assunto com quem eu já sei que não vai concordar e ainda vai ficar falando "ah, mas você diz isso hoje" ou "quando vocês vão ter um bebê?"... Minha gente, não sei nem cuidar de mim e vocês ainda querem enfiar uma criança na minha vida? Eu só queria que as pessoas ouvissem minha opinião e entendessem que como mulher eu tenho sim o direito de escolher ter filhos ou não e isso não faz de mim uma pessoa ruim, menos realizada ou menos mulher.

Mas hoje, com 99,9% dos amigos do meu namorado e dos meus tendo bebês, eu realmente não tenho paciência para abrir a boca e dizer que não quero filhos e sim, sou a favor da descriminalização do aborto. Para essas mães/futuras mães, o único assunto possível envolve bebês, já que todas ficam monotemáticas. Você é vista como má e recebe olhares tortos por conta disso.

Eu sei que estou errada e que preciso me empoderar através do meu discurso, mas hoje realmente prefiro evitar discussões. Vamos ver até quando...


25/07/2018

Título clichê, eu sei, mas a vida é clichê, né?

Joey me representa

Não foi hoje, mas a falta de entendimento continua a mesma. Vai fazer um mês que eu cheguei a este tão falado e temido momento, os 30 anos, e juro que ainda não sei como cheguei até aqui e pasmem, nem porque. Eu sei que isso parece meio sem noção de se falar, mas gente, como assim eu já completei 30 anos?

No dia do meu aniversário, eu acordei naquela crise existencial, mas disposta a ter um dia bom. Coloquei uma roupa legal e até tive uns momentos de amor próprio, com direito até selfie, que para quem me conhece sabe que é dificílimo essa pessoa que vos fala tirar fotos de si mesma. Pois bem, a chegada dos 30 anos me deixou com a sensação de mulherão da porra por pelo menos um dia.

Mas no dia seguinte veio a situação: eu tenho 30 anos, e agora?! Sou canceriana, pessimista e estávamos com sol em câncer, então vocês já devem imaginar o nível da crise.

A sociedade pede para que aos 30 você já tenha carro, um lugar pra morar e seja um profissional de sucesso. E por mais que a gente saiba que isso é imposição social, a gente se baliza por isso sim e sofre por não ter tudo isso sim. Falhamos algumas vezes nas doses de amor próprio e tá tudo bem, né?

Não conseguimos atender a todas as expectativas e também tem todo aquele monte de coisas que sai completamente do planejado. Cheguei aos 30 morando na casa dos meus pais, dirigindo o carro do meu pai, tendo um emprego que apenas paga as minhas contas e um relacionamento que só deus sabe se vai virar casório. Ou seja, tudo 100% distante do que eu esperava ter/ser aos 30 anos. Acontece né?

A grande questão é o que a gente pode fazer com tudo isso. É recolher tudo e tentar criar novos planos pra atender as expectativas dentro do nosso prazo e não do que nos impõem. É se virar e perceber que hoje os 30 são os novos 20 e tá tudo bem.


23/07/2018

And this old world is new world and a bold world for me 
Muse - Feeling Good

Eu gostaria muito de dizer que está tudo diferente e a vida está maravilhosamente empolgante, mas não está, sorry. Na verdade, as coisas andam bem mais do mesmo e é por isso que estou tentando retomar algumas práticas de um passado razoavelmente distante, mas que faziam parte de uma essência que não sei mais onde está.

Mudamos, claro. Ficamos mais velhos, algumas coisas seguem e outras não, mas acredito que algo sempre permanece em nós, como uma chama que está sempre queimando e nos lembrando quem somos. Pode ser uma ideia idiota ou apenas um palpite sem embasamento teórico, by the way, é algo que venho pensando e questionando há algum tempo.

Quem sou eu? Lá na minha essência, quem é a Luciana? Sou a filha, a namorada, a profissional do RH, a mãe do Francisco do Joaquim e do Oscar, a leitora curiosa, a fotógrafa das horas vagas, a designer por hobbie? Sou tudo isso ou, na verdade, não sou nada disso?

Sexta passada estive em um evento sobre perfis comportamentais e o professor que estava ministrando a aula falou algo mais ou menos assim: não somos o que acreditamos ser, não somos o que os outros acham que somos, somos o que provavelmente nem imaginamos ser. 

Quem realmente somos?

No meu caso a resposta é não sei. E enquanto sigo não sabendo, vou tentando voltar aos poucos para o que me fazia bem. Esse novo blog é fruto disso, então aí vamos nós...